Essa foi a chamada de um texto do @luludenovo, compartilhado na @ellebrasil na semana passada. O texto fazia menção ao último Met Gala e a escolha do vestido usado por Kim Kardashian. O tal vestido da Marilyn Monroe, usado pela atriz para cantar parabéns a John F. kennedy em 1962.
“Kim só pode usar o vestido de verdade pouquíssimas vezes. As provas foram feitas com uma réplica. A partir dela, a celebridade percebeu que tinha duas opções: escolher outro look ou se fazer caber naquele. Todos sabemos a escolha final. Três semanas de dieta restrita, exercícios, procedimentos estéticos e 7kg a menos depois, o caimento ficou perfeito”
Ela mesma, durante a entrevista no tapete vermelho do MET Gala, mencionou a dieta restrita ao vivo e os quilos perdidos.
Disse como seria a sua after party devido a isso: no quarto de hotel regada de hambúrguer e donuts.
Foi nesse momento que todo o movimento de body positive, corpo livre e etc chorou sangue vendo tv.
“Quem já se apertou ou fez deus sabe o que para segurar um look em uma festa, pista ou evento que seja, entende a dor e delícia da coisa toda. Mas aprendemos que não precisa de tanto. Como bem cantou Biörk, “there’s more to life than this” (há mais na vida do que isso). Depois de tudo que passamos e discutimos, a ideia de sofrer e se sacrificar para um clique, um aplauso, uma furada de fila na buatchy, um like (para ficar mais atual) parece coisa de outro mundo – ou do passado, mas parece que querem voltar com isso.”
É assim que termina a coluna do @luludenovo e é essa reflexão que queremos trazer pra cá: 2022 e ainda isso?
No dia seguinte as declarações de Kim no baile, a atriz Lili Reinhart se posicionou nas suas redes sociais criticando a atitude. Levantando pontos que precisavam ser mencionados (mas parecia que ninguém queria fazer esse papel).
“Entrar em um tapete vermelho e falar em uma entrevista o quão morrendo de fome você está… porque você não tem comido carboidratos no último mês… tudo para entrar na porra de um vestido? Tão errado. Tão fucked on em 100 níveis. Admitir abertamente que você está passando fome em nome do Met Gala.
Quando você sabe bem que milhões de jovens se inspiram em você e estão acompanhando cada palavra sua.”
“A ignorância é de outro mundo e nojenta. Por favor, parem de acompanhar essas estúpidas e perigosas celebridades em que a sua imagem gira apenas em torno dos seus corpos. Geralmente eu não sou uma pessoa irritada, mas eu juro por Deus, a toxidade desses membros da indústria as vezes me pega e eu preciso fazer meus pequenos discursos de story no Instagram pra liberar a minha raiva.” Escreveu a atriz.
Tem como discordar?
O quão perigoso pode ser dar voz e normalizar falas como essa, em pleno tapete vermelho de um dos maiores eventos do ano em 2022?
Quando digo “normalizar”, me refiro aos pouquíssimos comentários foram feitos sobre o assunto. A fala não foi vista com nenhuma irregularidade pra maioria das pessoas. Foi apenas mais uma famosa dando mais um entrevista, mas não é só isso.
Para nós, é tudo que a atriz Lili Reinhart disse. Uma mulher com a visibilidade de milhões, falando abertamente sobre como estava passando fome para entrar em um vestido, se orgulhando dos quilos perdidos em pouco tempo e como iria se acabar depois com comida.
E como foi dito pela colunista da Elle, a vida é tão mais que um look perfeito em uma festa e os seus sacrifícios para isso… depois de tudo que passamos e discutimos, vamos deixar voltarmos para essa estaca?
Eu espero, do fundo do coração, que não e, pelo menos nós, estaremos sempre remando contra essa maré
